segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Consciência



Como “o espírito do homem é a lâmpada do Senhor” (Provérbios 20.27), e através do qual Ele esquadrinha todo o mais íntimo do corpo, assim também deve ser o papel da consciência humana diante de Deus. Talvez ela até seja o “chip” da alma, onde guarda informações do estado espiritual dos seres humanos, a fim de servirem como testemunhas no dia do julgamento final. Pois, como ensina as Escrituras:

“Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados. Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se; no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens…” (Romanos 2.12-16).

Em resumo, aqueles que não tiveram oportunidade de ouvir a Palavra de Deus, serão julgados de acordo com a própria consciência. Mas, aos convertidos, o Espírito Santo diz: “…combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé” (1 Timóteo 1.18,19).

Com isso, vemos quão importante é para a salvação eterna o fato de se manter uma boa consciência, já que ela opera de forma individual como termômetro da espiritualidade cristã. Se o cristão não se importa com sua má consciência e convive com ela, mesmo cumprindo outras obrigações religiosas, ainda assim é certo que, cedo ou tarde, ele naufragará na fé e perderá a salvação, a exemplo de pessoas como Himeneu e Alexandre, ex-companheiros do apóstolo Paulo.

De uma forma meio rude, podemos comparar a consciência ao fígado. Quando se ingere algum alimento nocivo ao corpo, imediatamente, ele manifesta o seu desagrado provocando mal-estar e dor de cabeça. Da mesma forma é a consciência humana: quando se age de forma contrária aos princípios da fé cristã bíblica, ela manifesta logo uma reação. Da mesma forma, como a dor física dá sinal de alguma coisa errada, assim é a consciência humana.

Podemos considerá-la como defensora da fé agradável a Deus. Ao sentir-se ferida, ela reage no coração, golpeando-o como sinal de reprovação. No caso de seus sinais de alerta serem sempre ignorados, a consciência pode se tornar insensível e cauterizada. Nesse caso, é como se ela tivesse pecado contra o Espírito Santo.

A boa consciência deixa livre o caminho para o exercício e as conquistas da fé. Aí está a principal razão por que nem todos os que crêem em Deus são beneficiados como deveriam. O problema é a má consciência. Quando ela acusa algo errado, a dúvida imediatamente entra em ação. E é por aí que o diabo tem atacado a Igreja do Senhor Jesus, soprando pensamentos acusatórios, cobrando supersantidade, enfim, tentando macular a consciência para impedir o exercício da fé viva. Mas se nossa consciência acusa algo errado, temos a garantia divina de que se confessarmos nosso pecado, Ele é fiel e justo para nos perdoar, e o sangue do Senhor Jesus “… purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo” (Hebreus 9.14).

Portanto, é imperiosa a necessidade de se ter a consciência limpa. Isso é tão excelente que o apóstolo Paulo chega a declarar, que a glória do cristão é o testemunho da sua consciência de viver no mundo com santidade e sinceridade de Deus (2 Coríntios 1.12).

Podemos ser excluídos do mundo, caluniados, perseguidos, desprezados, não importa… O que realmente importa é ter uma consciência pura diante de Deus, mesmo vivendo em um mundo de constantes desafios à paz da nossa consciência. E nisso consiste a nossa glória.

Deus abençoe abundantemente,

Publicado po Bispo Edir Macedo.